Dê uma lida neste artigo do Apóstolo César Augusto sobre o caso Bruno.
O Caso Bruno e a Justiça que age.
Casos de extrema violência, motivados por futilidade, nos chocam a todos. O Brasil está estarrecido com essa história do crime que vitimou Eliza Samúdio. Uma mulher que foi estraçalhada pelo egoísmo e pela covardia de homens que não conhecem limites.
Para sequestrar uma pessoa e mantê-la sob a torturante iminência da morte é preciso não considerá-la uma igual. O que vemos nesse caso é a coisificação da vítima. Eliza foi encarada desde o início como um objeto a ser adquirido, manuseado, usado e descartado. As pessoas discutem se a vítima teve alguma responsabilidade pelo que lhe sobreveio, mas esse é um discurso perigoso e que pode favorecer a injustiça. O fato é que ela era uma mulher, uma jovem, que foi cruelmente assassinada a mando de um homem que a enxergou apenas como um “transtorno” e não como uma pessoa.
Acontece que esse tipo de visão com relação ao outro é extremamente comum e explica inúmeros casos de violência em nossa sociedade e explica principalmente o comportamento de muitos homens frente às mulheres, suas esposas, suas irmãs, suas filhas.
Como Eliza, inúmeras mulheres vivem históricos de hostilidades repetidas. Eliza Samúdio procurou a polícia e denunciou o goleiro Bruno, muito antes dessa tragédia se efetivas. O delegado porém, em vez de desempenhar seu papel e considerar a relação, se omitiu. Talvez tenha pensado no trabalho que iria ter para ouvir ou responsabilizar o famoso e bem sucedido atleta. Talvez, o delegado mesmo tenha considerado a vítima menor ou menos importante que o seu algoz. Ou tenha, em seu interior, concluído que a moça merecia ser agredida. O fato é que o homem da lei não agiu, a lei feita para proteger não foi aplicada. O infrator ao perceber que não haveria resistência pode dar liberdade à sua imaginação para uma maneira conclusiva de se ver livre da consequência de suas escolhas.
Infelizmente, a omissão não é uma exceção neste vasto país. Embora muitos aleguem que faltam condições de trabalho para que a polícia exerça seu papel, é preciso explicitar que muitas vezes falta entender a vítima como tal. Muitas vezes, em caso de crimes de gênero, o policial tem uma visão prejudicada da vítima e isso interfere em sua capacidade de julgar e de agir.
A imprensa goiana já relatou inúmeros casos de mulheres que denunciaram a agressão sofrida pelos cônjuges e depois voltaram a ser agredidas. Algumas perderam a vida por o sistema preferiu não enfrentar aquele que é considerado mais forte.
Agora, o caso recebeu a atenção da justiça de uma forma exemplar e essa atitude merece ser destacada e valorizada. Policiais dedicados prestaram atenção ao desaparecimento da jovem, consideraram a hipótese de assassinato e investigaram as possibilidades sem recuar diante da fama do goleiro Bruno. Não sei se o fato de uma delegada mulher ter começado a investigar foi o ingrediente de sensibilidade a mais, mas a policia mineira demonstrou a coragem necessária para trazer a tona a verdade, contrariando qualquer outro interesse.
A justiça tem mostrado como deve proceder em casos assim. A despeito de sua fama e de seu dinheiro, Bruno e os outros suspeitos estão na cadeia. O atleta bem pago está numa cela de 6 metros quadrados, inóspita, assim como ficam outros criminosos que respondem por crimes semelhantes.
É assim que deve ser a justiça: efetiva em qualquer situação. Diante de pobres ou ricos, de suspeitos famosos ou não, em casos que repercutem e outros que são sigilosos, a justiça precisa fazer valer a lei.
Que este seja um caso emblemático tanto para lembrar os agentes da lei dos efeitos danosos da omissão, quanto para ser referência quanto a imparcialidade que deve ser uma característica sempre presente em crimes, principalmente os de violência doméstica.
Apenas a pena bem medida e o cumprimento claro da lei pode levar a sociedade a refletir sobre o valor da vida. As pessoas precisam sempre lembrar e sempre revisitar a noção de que o outro não é um objeto, não pode ser descartado. E a justiça tem um poder importante em promover a humanização e a empatia mútua.
O Caso Bruno e a Justiça que age.
Casos de extrema violência, motivados por futilidade, nos chocam a todos. O Brasil está estarrecido com essa história do crime que vitimou Eliza Samúdio. Uma mulher que foi estraçalhada pelo egoísmo e pela covardia de homens que não conhecem limites.
Para sequestrar uma pessoa e mantê-la sob a torturante iminência da morte é preciso não considerá-la uma igual. O que vemos nesse caso é a coisificação da vítima. Eliza foi encarada desde o início como um objeto a ser adquirido, manuseado, usado e descartado. As pessoas discutem se a vítima teve alguma responsabilidade pelo que lhe sobreveio, mas esse é um discurso perigoso e que pode favorecer a injustiça. O fato é que ela era uma mulher, uma jovem, que foi cruelmente assassinada a mando de um homem que a enxergou apenas como um “transtorno” e não como uma pessoa.
Acontece que esse tipo de visão com relação ao outro é extremamente comum e explica inúmeros casos de violência em nossa sociedade e explica principalmente o comportamento de muitos homens frente às mulheres, suas esposas, suas irmãs, suas filhas.
Como Eliza, inúmeras mulheres vivem históricos de hostilidades repetidas. Eliza Samúdio procurou a polícia e denunciou o goleiro Bruno, muito antes dessa tragédia se efetivas. O delegado porém, em vez de desempenhar seu papel e considerar a relação, se omitiu. Talvez tenha pensado no trabalho que iria ter para ouvir ou responsabilizar o famoso e bem sucedido atleta. Talvez, o delegado mesmo tenha considerado a vítima menor ou menos importante que o seu algoz. Ou tenha, em seu interior, concluído que a moça merecia ser agredida. O fato é que o homem da lei não agiu, a lei feita para proteger não foi aplicada. O infrator ao perceber que não haveria resistência pode dar liberdade à sua imaginação para uma maneira conclusiva de se ver livre da consequência de suas escolhas.
Infelizmente, a omissão não é uma exceção neste vasto país. Embora muitos aleguem que faltam condições de trabalho para que a polícia exerça seu papel, é preciso explicitar que muitas vezes falta entender a vítima como tal. Muitas vezes, em caso de crimes de gênero, o policial tem uma visão prejudicada da vítima e isso interfere em sua capacidade de julgar e de agir.
A imprensa goiana já relatou inúmeros casos de mulheres que denunciaram a agressão sofrida pelos cônjuges e depois voltaram a ser agredidas. Algumas perderam a vida por o sistema preferiu não enfrentar aquele que é considerado mais forte.
Agora, o caso recebeu a atenção da justiça de uma forma exemplar e essa atitude merece ser destacada e valorizada. Policiais dedicados prestaram atenção ao desaparecimento da jovem, consideraram a hipótese de assassinato e investigaram as possibilidades sem recuar diante da fama do goleiro Bruno. Não sei se o fato de uma delegada mulher ter começado a investigar foi o ingrediente de sensibilidade a mais, mas a policia mineira demonstrou a coragem necessária para trazer a tona a verdade, contrariando qualquer outro interesse.
A justiça tem mostrado como deve proceder em casos assim. A despeito de sua fama e de seu dinheiro, Bruno e os outros suspeitos estão na cadeia. O atleta bem pago está numa cela de 6 metros quadrados, inóspita, assim como ficam outros criminosos que respondem por crimes semelhantes.
É assim que deve ser a justiça: efetiva em qualquer situação. Diante de pobres ou ricos, de suspeitos famosos ou não, em casos que repercutem e outros que são sigilosos, a justiça precisa fazer valer a lei.
Que este seja um caso emblemático tanto para lembrar os agentes da lei dos efeitos danosos da omissão, quanto para ser referência quanto a imparcialidade que deve ser uma característica sempre presente em crimes, principalmente os de violência doméstica.
Apenas a pena bem medida e o cumprimento claro da lei pode levar a sociedade a refletir sobre o valor da vida. As pessoas precisam sempre lembrar e sempre revisitar a noção de que o outro não é um objeto, não pode ser descartado. E a justiça tem um poder importante em promover a humanização e a empatia mútua.
César Augusto Machado de Sousa é Apóstolo, Escritor, Radialista, e Presidente da Igreja Apostólica Fonte da Vida. Escreve todas as terças-feiras para o DM. E-mail apostolo@fontedavida.com.br
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